O ensino a distância é a bola da vez e não foi apenas a pandemia de coronavírus a responsável por esse crescimento. Pesquisas realizadas ao longo dos últimos anos ressaltam a tendência de popularização e consolidação dessa metodologia de ensino no Brasil.
Hoje, os alunos matriculados em cursos superiores EAD já representam mais de 20% do total dos estudantes de graduação. De acordo com o Semesp no espaço de apenas um ano nada menos do que 120 mil alunos migraram do ensino presencial para o ensino a distância.
O perfil dos estudantes EAD
Segundo o censo realizado pela Associação Brasileira de Educação a Distância (ABED), o perfil dos estudantes EAD é ligeiramente diferente daquele encontrado nos cursos presenciais. Em geral, os estudantes têm idade entre 30 e 40 anos e já trabalham, o que faz com que vejam as flexibilidades que o ensino a distância oferece como um grande diferencial.
O estudo desmistifica ainda o fato de que o EAD é voltado apenas para quem “não tem tempo”. De fato, a possibilidade de estudar em casa e não precisar se deslocar até a instituição de ensino diariamente faz com que se ganhe tempo, mas em termos de dedicação aos estudos a carga horária necessária é mesma, seja acompanhando as aulas, lendo os livros ou realizando os trabalhos acadêmicos.
A maior aceitação por parte do mercado de trabalho contribui para que nos últimos anos a procura pela modalidade aumentasse. Além disso, com o aumento da demanda, as instituições de ensino prepararam cursos ainda mais sintonizados com as necessidades das empresas, um fator positivo tanto para os empregadores quanto para os futuros empregados.
Ensino EAD: atenção mais personalizada
Dados do Censo EAD.BR 2016 revela que 53% das instituições que ministram cursos totalmente a distância e semipresenciais têm a prática de oferecer feedback individual aos alunos, ao passo que somente 25% das instituições presenciais fazem isso.
Se por um lado isso não é nenhum demérito para os cursos presenciais, por outro esse é um diferencial característico do EAD: os alunos passam por mais avaliações e são apresentados a um grande volume de conteúdo, o que contribui para uma formação sólida tão eficiente quanto à das aulas presenciais.
Modalidades de avaliação mais típicas das metodologias ativas, como o feedback entre alunos, ou que dependem de tecnologias mais modernas, como notas de áudio ou vídeo e rubricas de aprendizagem são comuns ao ensino a distância e podem proporcionar uma maior integração do estudante ao mercado de trabalho.
Qualidade e variedade de conteúdos
Alunos que têm acesso a textos, vídeos, imagens, e até simulações e recursos adaptativos contam com mais recursos para atender as suas demandas por aprendizagem. A variedade de conteúdo é outro dos diferenciais apontados pelos estudantes da modalidade.
Cerca de 73% das instituições oferecem teleaulas, 65% oferecem textos digitais e 57% oferecem vídeos que não sejam teleaulas. Até a oferta de livros impressos é maior na EAD do que em cursos presenciais (56% em comparação com 43% das instituições).
Portanto, os temores de que a qualidade do conteúdo seria insatisfatória ou em menor volume do que se comparada ao ensino presencial não procede. Na prática, os estudantes são apresentados à mesma grade curricular, mas como há maior variedade em termos de materiais é possível ampliar a percepção de consolidação do conhecimento.
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