EAD Unipar comemora o Dia Nacional da Poesia instituindo a “Semana da Poesia”

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Hoje comemora-se o Dia Nacional da Poesia. Criada para difundir a poesia e a linguagem literária, a data foi escolhida para homenagear um de nossos maiores poetas, Antônio Frederico de Castro Alves, nascido na cidade de Curralinho (hoje Castro Alves), em 14 de março de 1847.

Castro Alves foi considerado um dos mais brilhantes poetas românticos, responsável por uma nova concepção de amor na Literatura, além de um notável entusiasmo por grandes causas sociais, como a abolição da escravatura. Depois dele, muitos outros vieram, mas como grande poeta que foi, teve seu nome perpetuado em nossa história, sendo, então, digno de reverências e homenagens.

Para celebrar a data, durante toda essa semana disponibilizamos alguns poemas de autores consagrados. Para quem não conseguiu acompanhar ou deixou de ver algum dos poemas, nós disponibilizamos todos os poemas que publicamos ao longo da “Semana da Poesia” da EAD Unipar. Confira abaixo:

dia-nacional-poesia-leminski

 

Não Discuto – Paulo Leminski

“não discuto
com o destino
o que pintar
eu assino”

 

 

 


dia-nacional-poesia-meireles

Motivo, de Cecília Meireles

“Eu canto porque o instante existe
e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste:
sou poeta.

Irmão das coisas fugidias,
não sinto gozo nem tormento.
Atravesso noites e dias
no vento.

Se desmorono ou se edifico,
se permaneço ou me desfaço,
– não sei, não sei. Não sei se fico
ou passo.

Sei que canto. E a canção é tudo.
Tem sangue eterno a asa ritmada.
E um dia sei que estarei mudo:
– mais nada.”


dia-nacional-poesia-moaresSoneto do Amor Total – Vinícius de Moraes

“Amo-te tanto, meu amor… não cante
O humano coração com mais verdade…
Amo-te como amigo e como amante
Numa sempre diversa realidade

Amo-te afim, de um calmo amor prestante,
E te amo além, presente na saudade.
Amo-te, enfim, com grande liberdade
Dentro da eternidade e a cada instante.

Amo-te como um bicho, simplesmente,
De um amor sem mistério e sem virtude
Com um desejo maciço e permanente.

E de te amar assim muito e amiúde,
É que um dia em teu corpo de repente
Hei de morrer de amar mais do que pude.”


dia-nacional-poesia-alvesSaudação a Palmares, de Castro Alves.

NOS ALTOS cerros erguido
Ninho d’águias atrevido,
Salve! — País do bandido!
Salve! — País do jaguar!
Verde serra onde os palmares
— como indianos cocares —
No azul dos colúmbios ares
Desfraldam-se em mole arfar!…

Salve! Região dos valentes
Onde os ecos estridentes
Mandam aos plainos trementes
Os gritos do caçador!
E ao longe os latidos soam…
E as trompas da caça atroam…
E os corvos negros revoam
Sobre o campo abrasador!…

Palmares! a ti meu grito!
A ti, barca de granito,
Que no soçobro infinito
Abriste a vela ao trovão.
E provocaste a rajada,
Solta a flâmula agitada
Aos uivos da marujada
Nas ondas da escravidão!

De bravos soberbo estádio,
Das liberdades paládio,
Pegaste o punho do gládio,
E olhaste rindo p’ra o val:
“Descei de cada horizonte…
Senhores! Eis-me de fronte!”
E riste… O riso de um monte!
E a ironia… de um chacal!…

Cantem Eunucos devassos
Dos reis os marmóreos paços;
E beijem os férreos laços,
Que não ousam sacudir…
Eu canto a beleza tua,
Caçadora seminua!…
Em cuja perna flutua
Ruiva a pele de um tapir.

Crioula! o teu seio escuro
Nunca deste ao beijo impuro!
Luzidio, firme, duro,
Guardaste p’ra um nobre amor.
Negra Diana selvagem,
Que escutas sob a ramagem
As vozes — que traz a aragem
Do teu rijo caçador!…

Salve, Amazona guerreira!
Que nas rochas da clareira,
— Aos urros da cachoeira —
Sabe bater e lutar…
Salve! — nos cerros erguido —
Ninho, onde em sono atrevido,
Dorme o condor… e o bandido!…
A liberdade… e o jaguar!

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